O estudo foi feito a partir de entrevistas com 806 jovens de 15 a 25 anos que moravam na Califórnia. Depois de analisar o passado deles, os pesquisadores dividiram-nos em dois grupos: os que se alimentavam com a família e os que não tinham esse costume. Após 27 meses comparando os dados, a equipe de cientistas concluiu que os jovens que tinham a presença dos pais em pelo menos uma refeição diária estavam menos propensos a se envolver com esses problemas.
“Ao avaliar a vida daqueles jovens, percebeu-se a importância do momento em família para a vida deles. Estar com os familiares dá mais liberdade para o jovem falar dos problemas. A presença dos pais nas refeições facilita uma troca de vivências, e a prevenção de possíveis problemas de envolvimento com vícios”, afirma o psiquiatra Fábio Barbirato, que acompanhou o estudo.
Troca de experiências: esse ponto é fundamental. Apenas sentar-se à mesa, mas não conversar, não trará bons resultados. Por isso, é importante deixar de lado as invenções modernas que dispersam a atenção. “É necessário ir além de uma simples reunião. Não adianta nada ficar à mesa e, ao mesmo tempo, falar ao telefone, navegar na internet ou assistir à televisão. A ideia é criar uma relação familiar. Aquela hora é de se ligar na família.
Não importa se o encontro familiar é feito no café da manhã, no almoço ou no jantar. O essencial é estar junto e conversar. Na família Macedo, por exemplo, o hábito é levantar bem cedo para, às 6h30, todos terem juntos a primeira refeição do dia. “Foi o jeito que eu e meu marido (Alberto, 53 anos, administrador) encontramos para ficarmos juntos e participarmos da vida dos nossos filhos”, revela a psicóloga Maria Teresa, 45. A família até teve o hábito de fazer todas as refeições diárias reunida, mas, por conta da rotina e do aumento das responsabilidades, tiveram de ajustar a prática aos compromissos. “Como foi ficando cada vez mais difícil nos encontrarmos, tivemos de nos adaptar para fazer pelo menos essa refeição juntos”, comenta a mãe.
Alternativas
Para aquelas famílias que não conseguem uma forma de se reunir à mesa diariamente, o psicólogo Flávio Guimarães, mestre em psicologia clínica e terapeuta de família e casais, ressalta que a refeição é apenas uma das opções que se tem para construir a intimidade no lar. Um sofá e muita história para contar, por exemplo, já dão conta do recado. “Uma família que gasta algumas horas fazendo outra atividade que permita a interação pode ter resultados igualmente benéficos. O essencial não é a refeição, e sim o acompanhamento e a presença dos familiares”, afirma.
A ausência desses momentos em família pode trazer reflexos “lamentáveis” e, na maioria das vezes, “irreversíveis” à vida dos filhos. “Uma família desagregada quase sempre forma adultos que vão repetir o modelo mais tarde. Uma criança que não tem contato com os pais está aberta a violências físicas e psicológicas como o bullying”, alerta.
O psicólogo Flávio Guimarães ressalta, no entanto, que isso não significa que todo mau comportamento é necessariamente culpa da família. “Quando se fala em abuso de drogas e álcool, por exemplo, as pessoas sempre atribuem a fatores familiares. Acusar a família por conta desse tipo de comportamento não está certo. Há famílias que são estruturadas, mas têm casos de comportamento malfeitor”, esclarece.
Fonte: www.ig.com.br/delas
Publicado por Psicóloga Patricia Machado
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