
Cartazes, faixas, outdoors, comerciais, passeatas, reportagens e homenagens diversas marcam, em várias partes do mundo, no dia 08 de março, o “Dia Internacional da Mulher”.
Creio que não podemos negar as grandes e consideráveis conquistas que as mulheres alcançaram ao longo do tempo no que se refere ao desejo de igualdade dos direitos entre homens e mulheres. Será que tais conquistas se referem apenas aos direitos de cidadania? Acredito que não. Talvez nossa maior conquista tenha sido o direito de expressão, de ser e estar no mundo nas suas mais variadas formas, podendo efetivar escolhas quanto aos papéis que desejamos desempenhar e a forma como fazê-los. Enfim, o direito de ser mulher! Que o diga o cantor Erasmo Carlos em sua música “Mulher”.
Contudo, não podemos negligenciar o fato de que as discriminações e a violência ainda existem e reforçam a crença cultural de que a mulher é um sexo frágil e inferior e que deve ser tratada como tal. Por muitos anos as diferenças entre homens e mulheres foram reforçadas, reproduzidas e transmitidas de geração a geração. Surpresa é constatarmos que nós, mulheres, somos as principais agentes mantenedoras e reprodutoras dessa crença cultural e o quanto resistimos, embora juremos “de pés juntos” o contrário, em admitir tal realidade.
Não podemos negar que mudanças não se dão da noite para o dia, levam tempo e um grande gasto de energia, incomoda, irrita, desequilibra, desorganiza..., mas acontecem. Crenças, costumes, conceitos e “pré-conceitos” fazem parte de um processo sócio-cultural de construção de um povo e é necessário tempo e perseverança para que as mudanças se tornem significativas. O importante é ter cuidado para não sairmos de um extremo e cairmos em outro, como aconteceu com vários movimentos feministas. O pobre do sutiã que o diga, no passado foi humilhado e queimado em praças públicas representando a libertação feminina. Hoje, objeto de desejo e consumo das mulheres, expressa e valoriza sua feminilidade, sensualidade e sexualidade e, claro, fantasia o imaginário masculino.
Escrito por: Elaine Barbosa de Lima
Psicóloga – CRP/01 - 13665
Publicado por Psicóloga Patricia Machado
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Elaine, parabéns pelo artigo.
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